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RODA DE CONVERSAS: MEMÓRIAS AVALIATIVAS
Participantes: Estudantes do curso de Turismo da UFOP
Professora: Márcia Ambrósio Rodrigues Rezende - marcia@cead.ufop.br
Curso de Pedagogia - EaD/UFOP
Objetivo: Discutir a avaliação, o currículo escolar e a função social da escola
1º momento: dinâmica
Você deverá encontrar alguém que:
Tenha estudado no Colégio Militar e/ou de padres/freiras.
Tenha ficado em recuperação em matemática.
Tenha feito práticas comerciais, agrícolas ou educação para o lar.
Tenha sido reprovado em algum ano do Ensino Fundamental.
Tenha estudado no Instituto de Educação MG.
Tenha passado mal antes de fazer uma prova.
Tenha resistido à tentação de "colar" em provas.
Tenha ficado de castigo durante o recreio ou após as aulas.
Tenha tido em seu currículo aulas de Orientação Sexual ou algo semelhante.
Tenha sido suspenso por razões disciplinares.
Tenha tido medo do diretor ou diretora.
Tenha sido barrado na entrada por não estar de uniforme.
Tenha sido mudado de sala por ter sido considerado um aluno "fraco".
Tenha sido encontrado fumando na escola.
Tenha sido repreendido por estar namorando dentro da escola.
Tenha participado de algum festival da canção em sua escola.
Tenha sido encontrado "matando aula".
Tenha ficado de castigo por não fazer fila.
Tenha participação da seleção curricular
Tenha participado da decisão de como avaliar
Tenha sida barrado na entrada da escola por estar atrasado.
RODA DE CONVERSAS: MEMÓRIAS AVALIATIVAS (Parte II)
Participantes: Estudantes do curso de Turismo da UFOP
Professora: Márcia Ambrósio Rodrigues Rezende -- marcia@cead.ufop.br
Curso de Pedagogia - EaD/UFOP
Objetivo: Discutir a avaliação, o currículo escolar e a função social da escola por meio das memórias infantis
2º momento:
Ouvir as memórias estudantis, do Ensino Fundamental, das estudantes Isabela, Lavínia e Potyra (Curso de Turismo da UFOP)
RODA DE CONVERSAS: MEMÓRIAS AVALIATIVAS (Parte III)
Vivências avaliativas na sala de aula: uma roda de conversas com as estudantes de curso de Turismo -- Parte III (continuação)
Participantes: Estudantes do curso de Turismo da UFOP (Isabela Kerley Rosa Vieira; Lavínia Caires Viana; Potyra Ternes de Almeida)
Professora: Márcia Ambrósio Rodrigues Rezende -- marcia@cead.ufop.br
Curso de Pedagogia - EaD/UFOP
Objetivo: Discutir a avaliação, o currículo escolar e a função social da escola
3º momento: Debater a dinâmica a luz do conteúdo dos textos propostos no curso de Pedagogia:
VERTENTE 1 -- CONCEPÇÃO DO CURRÍCULO/AVALIAÇÃO ESCOLAR
Análise MARXISTA da sociedade: reprodução do modelo econômico; força de trabalho X meios de produção.
Aparelhos repressivos de estado: polícia e judiciários.
Aparelhos ideológicos de estado: a religião, a mídia, a escola, a família.
IDEOLOGIA = crenças que levam a aceitação das estruturas sociais capitalistas, como boas e desejáveis.
. a escola é um aparelho central, porque atinge grande número da população por um período prolongado de tempo.
. A escola atua ideologicamente por meio do currículo;
. Por meio das matérias de Estudos Sociais, História, Geografia.
. Através das disciplinas técnicas, Ciências e Matemática.
. Como currículo oculto o domínio das classes subordinadas através de mecanismos repressores de seleção.
A escola contribui para a reprodução da sociedade capitalista.
O currículo oculto da escola ensina valores de:
obediência às ordens pontualidade assiduidade confiabilidade ( subordinação nos níveis + populares ) capacidade de comandar ( liderança nos níveis + altos ) O PROCESSO É BIDIRECIONAL:
A escola reflete a O reflexo garante o trabalhador
economia capitalista ideal para o capitalismo
VERTENTE 2 - CONCEPÇÃO DO CURRÍCULO/AVALIAÇÃO ESCOLAR
REPRODUÇÃO: a cultura não depende da economia: a cultura funciona como uma economia, o "capital cultural". ( B e P )
- através da reprodução da cultura dominante garante-se a reprodução mais ampla da sociedade.
- A cultura que tem prestígio e valor social é a cultura das classes dominantes.
- Na medida que essa cultura tem valor em termos sociais ela faz com que as pessoas obtenham vantagens materiais e simbólicas e se constitui como "Capital Cultural":
-obras de artes
-obras literárias
-obras teatrais
-títulos, certificados, diplomas ( certificados institucionalizados)
Os valores, hábitos, costumes da classe dominante constituem a "Cultura". Valores e hábitos de outras classes não são a "Cultura".
"DUPLA VIOLÊNCIA" : a imposição da cultura dominante e ocultação dessa imposição ( natural) .
- na escola essa dupla violência funciona como mecanismo de exclusão.
O currículo é baseado na cultura dominante; se expressa na linguagem dominante; é transmitido através do código cultural dominante.
As crianças de classe dominante compreendem esse código; para as crianças de classe dominadas esse código é indecifrável.
Completa-se o ciclo da reprodução cultural onde as classes se mantém tal como existem.
Pedagogia racional -- criar condições para que todas as crianças tenham as mesmas oportunidades.
RODA DE CONVERSAS: MEMÓRIAS AVALIATIVAS (Parte IV)
Participantes: Estudantes do curso de Turismo da UFOP (Isabela Kerley Rosa Vieira; Lavínia Caires Viana; Potyra Ternes de Almeida)
Professora: Márcia Ambrósio Rodrigues Rezende -- marcia@cead.ufop.br
Curso de Pedagogia - EaD/UFOP
Objetivo: Discutir a avaliação, o currículo escolar e a função social da escola
4º momento: Comentários da profa. Márcia
1.A avaliação/currículo é resultado de um processo histórico e social onde diferentes atores, diferentes tradições e diferentes concepções sociais atuam.
Dessa forma, a avaliação/currículo pode ser entendido como um campo de conflitos e lutas, uma "área contestada", uma "arena política".
Isso significa, entre outras coisas, que os processos de seleção e organização do conhecimento escolar nunca são neutros e sim determinados por inúmeros fatores de natureza ideológica, cultural e de poder.
2.A avaliação/ currículo não apenas expressa determinados interesses e visões sociais, mas também produz identidades. O currículo, a formação escolar, tem efeito sobre as pessoas, age sobre as pessoas. "O currículo não apenas representa, ele faz".
3. O professor não está à margem desse processo.
Primeiro, por sua condição de ser social e político; portador de identidades, valores, éticas; que tem e projeta visões de mundo.
Segundo, pelas implicações dessas questões na utopia educacional e o saber pedagógico do professor.
Algumas questões:
Por que esse currículo? Por que não outro?
Quais visões de mundo ele representa?
A quem interessa?
Quais os valores (políticos, culturais, sociais, éticos, raciais, de gênero, de classe etc.) ele projeta? Por que esses valores e não outros?
Quais saberes ele privilegia? Por que esses e não outros?
Qual cultura, qual conhecimento é considerado mais valioso? Por que esses e não outros?
O que está ausente? Por que?
Como ele influencia a formação das pessoas, a construção de identidades e subjetividades?
Diferentes propostas de elaboração de projetos curriculares integrados:
1. integração em torno de áreas do conhecimento (tecnologia, conhecimento do ambiente natural, social e cultural etc.);
2. integração através de temas, tópicos, idéias ou conceitos (natal, língua, tempo, espaço etc.);
3. integração em torno de períodos históricos e/ou espaços geográficos;
4. integração em torno de uma questão da vida prática e diária (relação entre os sexos, drogas, desemprego etc.);
5.integração a partir de temas e pesquisas decididos pelos estudantes e professores (projetos de investigação e/ou de intervenção).
Fonte: Santomé, J. Torres. Globalização e Interdisciplionaridade: O Currículo Integrado. Porto Alegre, Artes Médicas, 1998.
O detalhamento do processo vivenciado pelos/as estudantes da UFOP (indicado durante o debate) pode ser consultado no seguinte blog: http://turismoufop.blogspot.com.br/
Uma sátira ao dia dos professores. Socorro! Os professores estão cada dia mais "loucos": tomam sertralia, rivotril...haja remédios de psiquiatria mental kkk
E o salário? Ninguém sabe, ninguém viu... nada consta! Socorro!
Música: Sufoco da Vida (Sufoco docente)
(Adaptação: Professora Márcia Ambrósio R. Rezende/2010)
Harmonia Enlouquece
Composição: Hamilton de Jesus / Alexandre Machado
Estou vivendo
No mundo do hospital
Tomando remédios
De psiquiatria mental (bis)
Haldol, Diazepam
Rohypnol, Prometazina
Meu médico não sabe
Como me tornar
Uma professora normal
Excesso de trabalho, salários baixos...
Me sufocam
Numa sala fechada
Socorro
Sou uma professora "normal"
Asfixiada
Minha diretora, meu coordenadora
Meus alunos,
Meus aluninhos
Tô cansada, estressada
e tomando levomepromazina
Ai, ai, ai
Que sufoco docente
Sufoco louco
Tô cansado
De tanta
Levomepromazina
Ai, ai, ai
Que sufoco docente
Sufoco louco
Tô cansado
De tanta
Levomepromazina
Adaptação: Profa. Márcia Ambrósio
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Professora Márcia Ambrósio